Tipos de dobras: conheça os 8 principais e aprenda a usá-los

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tipos de dobras

Se existe um desafio para os profissionais gráficos, especialmente na primeira vez, é a escolha certa dos tipos de dobras a utilizar em suas peças impressas. Para que você forneça o material adequado à proposta do cliente, é fundamental conhecer e entender suas variadas formas de utilizações.

Eles são muitos, e uma mesma dobra pode ser conhecida por diferentes nomes. Pensando nessa confusão inicial e visando ajudar você na montagem e no adequado orçamento dos seus materiais gráficos, preparamos esse post com especificações sobre os tipos de dobras e onde costumam ser mais usados.

Conheça agora os 8 principais tipos de dobras e aprenda a usá-los!

Como escolher o tipo de dobra?

A escolha da dobra não deve ser aleatória. Como todo projeto, essa etapa é parte fundamental do planejamento. Antes de escolher que tipo de dobra você utilizará, é importante pensar e responder algumas questões.

Por exemplo: onde o material será utilizado? Do que se trata a empresa contratante? Que conteúdo está sendo divulgado? Qual público será atingido com esse material?

As respostas para essas perguntas podem orientá-lo melhor no processo de escolha, diante da grande variedade que mostraremos a seguir.

Quais são os 8 principais tipos de dobras?

As dobras são fundamentais nos materiais gráficos. Atendem a diferentes objetivos e transformam uma peça simples em algo diferenciado, até mesmo com efeitos criativos.

Para acabar com suas dúvidas de uma vez, continue a leitura e fique por dentro dos tipos de dobras mais utilizados no mercado.

1. Dobra simples

Prancheta-1 Tipos de dobras: conheça os 8 principais e aprenda a usá-los

Esse é o tipo mais comumente utilizado. Também conhecida como dobra central ou dobra ao meio, se dá exatamente no centro de um material, resultando em duas partes perfeitamente iguais, lado a lado.

Pode ser aplicada tanto em tamanhos menores como nos maiores. O interessante é que seja conveniente à leitura do seu conteúdo. É comum encontrá-la em materiais como convites e cardápios, por exemplo.

2. Dobra tipo sanfona

Prancheta-1 Tipos de dobras: conheça os 8 principais e aprenda a usá-los

Também chamada de zigue-zague, permite a acomodação de um maior número de informações em um mesmo espaço de papel, que é dobrado paralelamente, duas ou mais vezes.

Enquanto a dobra simples apresenta uma face interna e a externa (ou 4 páginas), a sanfona aumenta essas possibilidades na frente e no verso do material. E, consequentemente, o número de páginas. É ideal para programações de espetáculos e eventos, informativos de promoções e folders destinados ao público em geral.

3. Dobra tipo carteira

Prancheta-1 Tipos de dobras: conheça os 8 principais e aprenda a usá-los

É a que abre duas vezes para o lado externo. Na primeira abertura, traz acesso ao conteúdo. A segunda parte abre como um pedaço do verso. Dessa forma, as informações são apresentadas de maneira gradual para o leitor. Normalmente é feita em uma tira única e contínua de papel, mas também pode ser feita a partir de um conjunto de folhas individuais.

Esse tipo de dobra pode ser aproveitado para a programação de eventos internos. É ideal para a divulgação de novos produtos ou serviços, surpreendendo o leitor com a apresentação do conteúdo progressivamente.

4. Dobra em cruz

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Se existir a necessidade de dobrar um folder na horizontal e ainda na vertical, a dobra em cruz é a mais indicada. O nome se dá, portanto, quando o papel é completamente aberto e o desenho da sua dobradura é o de uma cruz, com o centro no meio do papel. Pode ser empregada em materiais como cartilhas, folhetos ou panfletos com maior número de informações.

5. Dobra em cruz sanfona

Prancheta-1 Tipos de dobras: conheça os 8 principais e aprenda a usá-los

A união de dois tipos anteriormente citados resulta na chamada dobra em cruz sanfona. É feita sobre uma dobra paralela, de maneira assimétrica, em forma de zigue-zague. Também é conhecida como dobra francesa.

É bastante utilizada na produção de cadernos de quatro páginas (não refilados) na área editorial. Para dar maior volume às páginas, também é possível encadernar o material.

6. Dobra em cruz carteira

Prancheta-1 Tipos de dobras: conheça os 8 principais e aprenda a usá-los

Se a ideia é ter um impresso com várias faces, a dobra em cruz carteira é a sua escolha. Para conteúdos mais extensos, essa combinação também é indicada. É outro exemplo muito empregado para a criação de cadernos na área editorial, aproveitando ao máximo uma folha de papel.

7. Dobra tipo janela

Prancheta-1 Tipos de dobras: conheça os 8 principais e aprenda a usá-los

Apresenta uma folha com quatro faces, de forma que as duas abas sejam dobradas para dentro, juntando-se à lombada, mas sem que se sobreponham. Duas partes simétricas abrem, a fim de mostrar um conteúdo em um espaço maior.

É utilizada em revistas, quando a ideia é ter mais espaço para a apresentação de uma foto grande. Também é usada em apresentações formais e para dar ênfase em produtos e serviços.

8. Dobra enrolada

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Nesse tipo de dobra, cada face é menor, progressivamente, sendo dobrada por dentro da que vem a seguir. Também é chamada de dobra irregular, por não centralizar as dobras, como nos exemplos anteriores. Fornece um design original ao material e é interessante de ser utilizada em folhetos.

Qual a forma certa de sinalizar as dobras e enviar para impressão?

A dobra é o acabamento que muda o formato do papel impresso. Com uma dobra simples, por exemplo, uma folha em tamanho A3 no formato fechado se transforma em uma folha A4. Por essa razão, é fundamental sinalizar a existência dela ao enviar o material para impressão. A dobra deve ser indicada no material por meio de traços pontilhados.

Nunca se esqueça da margem de segurança

Todo material que apresente dobras ou os demais acabamentos deve ser sinalizado, com atenção às margens de segurança para todo o conteúdo (textos, ilustrações, etc.). Isso porque, quando a máquina faz uma dobra, pode apresentar variação em torno de 2 a 3 milímetros lateralmente.

Se não existir uma margem de segurança, um elemento importante, como o texto, poderá ser cortado. Tenha pelo menos 5 milímetros de margem de segurança. E, de preferência, realize testes prévios com dobras à mão, para garantir que o resultado saia correto.

Considere o vinco para papéis mais grossos

O processo que reforça a dobra do material é chamado de vinco. É indicado para papéis com a gramatura mais alta, por trazerem maior resistência. Ou seja, pode ser que esses papéis “quebrem” quando a dobra for feita. Pense, por exemplo, no papelão ao ser dobrado.

Escolher a dobra certa requer tempo e atenção, para que o resultado apresente a melhor qualidade. Com todas essas informações sobre tipos de dobras, certamente seu trabalho gráfico ficará mais bem-feito e escolhido adequadamente para seu cliente, não é? Lembrando que todas as dobras que citadas neste artigo, podem ser facilmente produzidas pela Gráfica KWG. Se o seu material possui algum tipo de dobra entre em contato conosco e solicite um orçamento.

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Excelência em Xilogravura

Países como Itália, Alemanha, França e Holanda tornaram-se então os centros de excelência em xilogravura, onde a técnica influenciou fortemente a produção artística. Artistas como Albrecht Dürer, Lucas Cranach, Albrecht Altdorfer, Thomas Bewick e Hans Burgkmair foram alguns dos expoentes europeus que utilizaram a xilogravura como técnica de impressão de suas obras.

"Adão e Eva no Paraíso" (Adam and Eve in Paradise), xilogravura de Lucas Cranach, 1509


"O Rinoceronte" (Rhinocerus), xilogravura de Albrecht Dürer, 1515

Neste período apenas uma pequena parcela da população européia sabia ler e escrever. Os livros eram raríssimos e caros, pois tinham de ser copiados a mão, um a um. Assim, as feiras semanais próximas aos vilarejos eram a forma mais eficiente tanto para a manutenção econômica das famílias, como também para incentivar a socialização e conhecimento de novas histórias. Acompanhados por um alaúde (parente antigo dos violões e violas que conhecemos atualmente), os jograis e menestréis começavam a contar histórias de todo tipo: desde aventuras, romances, até lendas de reis, como Carlos Magno e seus doze cavaleiros. Para que pudessem decorar todas as músicas, as rimas ajudavam os artistas a se lembrar dos versos seguintes, até chegar ao fim da história. E foi pela popularização dos relatos orais recitados por estes artistas ambulantes que nasceu a literatura de cordel. A origem do termo cordel se deve a forma como tradicionalmente os folhetos de qualidade rústica eram expostos à venda em Portugal, geralmente pendurados em cordas e barbantes.

"A Grande Onda de Kanagawa" (The Wave), xilogravura de
Katsushika Hokusai, entre 1830 e 1833
Com a invenção da prensa móvel por Gutenberg (o primeiro livro impresso foi a Bíblia, por volta de 1450) passou-se a combinar textos impressos a ilustrações desenvolvidas em xilogravura. Entretanto, apesar de tornar o processo de ilustração muito mais simples e barato, a partir de 1500 a xilo começou a perder espaço com o surgimento da calcografia (impressão em metal), que permitia a obtenção de traços mais delicados através de linhas menos espessas. Com a Revolução Industrial e os avanços tecnológicos na área da fotografia, a xilogravura viu-se em desvantagem, pois o uso de substâncias químicas em contato com a matriz de madeira não assegurava a mesma longevidade da matriz de metal.

"Pavão" (Peackock), de Bairei Kono, 1899
"Madonna" (Liebendes Weib), de Edward Munch, 1895
























Condenando ao desemprego os xilógrafos de reprodução, a técnica de xilogravura então ressurgiu no campo artístico sendo utilizada como uma nova expressão plástica por artistas como Edvard Munch, Paul Gauguin, Matisse e o grupo alemão expressionista Die Brücke.

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Antigamente

Há indícios de imagens egípcias que já se valiam da técnica da xilogravura (por volta do século 6 ou 7). A primeira imagem datada, entretanto, é o Sutra do Diamante. Trazendo um dos discursos do Buda, ele foi encontrado em uma caverna na região leste do Turquistão e impresso na China por Wang Chieh, por volta do ano 868.

"Sutra do Diamante (em sânscrito Vajracchedika-prajñāpāramitā-sūtra) é um dos mais importantes sutras maaianas, particularmente para a tradição Zen"
"Sutra do Diamante", xilogravura de oração Budista impressa na China, 868

Em 1418, a técnica da xilogravura foi introduzida na Europa através da Espanha islâmica. Naquele período a xilo era utilizada principalmente para a impressão de cartas de baralho, ilustrações para livros (Iluminuras) e também para confeccionar documentos religiosos. A chegada das coloridas gravuras japonesas à Europa revolucionou a técnica da xilogravura que, por sua vez, exerceu grande influência sobre as artes do século 19.

Matriz para xilogravura, Biblioteca Nacional de Paris


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A Xilo

A Grande Onda de Kanagawa.
Xilogravura significa gravura em madeira. É uma antiga técnica, de origem chinesa, em que o artesão utiliza um pedaço de madeira para entalhar um desenho, deixando em relevo a parte que pretende fazer a reprodução. Em seguida, utiliza tinta para pintar a parte em relevo do desenho. Na fase final, é utilizado um tipo de prensa para exercer pressão e revelar a imagem no papel ou outro suporte. Um detalhe importante é que o desenho sai ao contrário do que foi talhado, o que exige um maior trabalho ao artesão.

Existem dois tipos de xilogravura: a xilogravura de fio e a xilografia de topo que se distinguem através da forma como se corta a árvore. Na xilogravura de fio (também conhecida como madeira à veia ou madeira deitada) a árvore é cortada no sentido do crescimento, longitudinal; na xilografia de topo (ou madeira em pé) a árvore é cortada no sentido transversal ao tronco.

Dragão chinês, xilogravura do século XIX

A xilogravura é muito popular na região Nordeste do Brasil, onde estão os mais populares xilogravadores (ou xilógrafos) brasileiros. A xilogravura era frequentemente utilizada para ilustração de textos de literatura de cordel. Alguns cordelistas eram também xilogravadores, como por exemplo, o pernambucano J. Borges (José Francisco Borges).

A xilogravura também tem sido gravada em peças de azulejo, reproduzindo desenhos de menor dimensão. Esta é uma das técnicas que o artesão pernambucano Severino Borges, tem utilizado em seus trabalhos.



Fonte: http://www.significados.com.br/xilogravura/
http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Drag%C3%A3o

O que é a Xilogravura



Xilogravura é a“gravura obtida pelo processo da xilografia” de acordo com o Dicionário Larousse, Ática. A xilografia quer dizer “arte de gravar em madeira. Técnica de impressão em que o desenho é entalhado com goiva, formão, faca ou buril em uma chapa de madeira”.

Assim, Xilogravura é uma técnica em que se entalha na madeira, com ajuda de um instrumento cortante, a figura ou forma que se pretende imprimir. Após este procedimento, usa-se um rolo de borracha embebida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura. Entre as suas variações do suporte pode-se gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana. Além de variações dentro da técnica, como a xilogravura de topo.

A xilogravura possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado. É um processo muito parecido com um carimbo. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura http://www.infoescola.com/artes/xilogravura/ )




ADIR BOTELHO - XILOGRAVURAS - depoimentos

Depoimentos sobre o artista gravador Adir Botelho por ocasião de sua exposição no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, em maio de 2012.
Depoimentos de Lani Goeldi, Angela Ancora da Luz, André de Miranda, Marcão e Kazuo Iha.


8 dicas de escrita criativa de Kurt Vonnegut

Para escritor americano, autor de centenas de contos, o leitor não podia sentir que tinha desperdiçado seu tempo



AUTOR COMEÇOU A ESCREVER CONTOS PARA REVISTAS DIVERSAS NA DÉCADA DE 1950


Kurt Vonnegut (1922-2007) assinou peças, ensaios e romances, como “Matadouro 5” e “Cama de gato”, que o colocaram entre os grandes escritores americanos do século 20. Vonnegut também escreveu contos, centenas deles.

No ano passado, saiu nos Estados Unidos uma coletânea que se propôs a juntar todos. Tem 911 páginas, divididas em seções temáticas como “guerra”, “mulheres”, “ciência” e “romance”, entre outras.

Veterano da Segunda Guerra Mundial, Vonnegut começou a sustentar sua família na década de 50 escrevendo esse tipo de material para revistas como The Atlantic, Cosmopolitan e Collier’s. 

A coletânea “Bagombo Snuff Box”, lançada em 1999 nos EUA, reuniu 23 dessas histórias. No texto de introdução à coleção, Vonnegut relembra momentos de sua biografia e oferece uma interessante lista de dicas para aspirantes a escritores de contos. 

Chamada pelo escritor de “Creative writing 101” (algo como “Beabá da escrita criativa”), ela enumera oito recomendações: 


  1. Use o tempo de um total estranho de tal maneira que ele ou ela não sinta que seu tempo foi desperdiçado. 
  2. Dê ao leitor pelo menos um personagem para o qual ele ou ela possa torcer. 
  3. Todo personagem deveria querer alguma coisa, mesmo que seja apenas um copo d’água. 
  4. Toda frase deveria fazer uma de duas coisas — revelar características pessoais ou fazer a ação progredir. 
  5. Comece o mais perto do fim o possível. 
  6. Seja um sádico. Não importa o quão doces ou inocentes sejam seus personagens principais, faça com que coisas horríveis aconteçam com eles — para que o leitor possa ver do que eles são feitos. 
  7. Escreva para agradar uma pessoa apenas. Se você abre sua janela e faz amor com o mundo, por assim dizer, sua história vai pegar pneumonia. 
  8. Dê a seus leitores o máximo de informação possível, o mais cedo que possível. Dane-se o suspense. Leitores deveriam ter tal entendimento completo do que está acontecendo, onde e por quê, que poderiam terminar a história eles mesmos, caso baratas comam as últimas páginas. 


Ao final da relação, entretanto, Vonnegut observar que “a maior escritora de contos da minha geração foi Flannery O'Connor (1925-1964). Ela quebrou quase todas as regras da minha lista, exceto a primeira. Grandes escritores costumam fazer isso”. 


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Manassés Borges

Manassés Borges assina a identidade visual e as ilustrações dos rótulos dos produtos da linha Mandacaru. Ele utiliza a técnica da xilogravura para ilustrar as belíssimas tradições nordestinas. Confira o processo criativo do artista:


GUIA DE EDIÇÃO DE BALÕES E TEXTOS PARA HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

INTRODUÇÃO


Embora frequentemente deixados em segundo plano, os balões e textos são elementos gráficos essenciais para um projeto de histórias em quadrinhos. As escolhas de formas e tipos deve proporcionar não somente legibilidade e clareza à narrativa, mas também harmonizar-se intimamente com o estilo de desenho e colorização das páginas, conferindo uma unidade gráfica e estética ao projeto. Assim, é importante levar em consideração alguns pontos técnicos que são importantes para este fim, e que podem ser um bom ponto de partida para um letreiramento eficiente. Naturalmente, as escolhas de ordem estética devem ser pensadas caso a caso, de acordo com a história e estilo gráfico de cada projeto.

GABARITO OU TEMPLATE

Para manter um controle sobre o tamanho das páginas e, consequentemente, dos textos e balões de modo a que o trabalho tenha legibilidade no seu formato impresso, é necessário trabalhar com formatos definidos. A esta formatação feita já no papel dá-se o nome de templates ou gabaritos, e para determiná-la é necessário decidir previamente qual será o tamanho final da publicação.
Comercialmente, os formatos que otimizam o uso de papel e o preço de impressão são os seguintes:
14 cm x 21 cm21 cm x 21 cm
15 cm x 15 cm21 cm x 28 cm
16 cm x 23 cm22 cm x 30 cm
18 cm x 18 cm40 cm x 66 cm

MARGENS: SANGRIA, CORTE E ÁREA DE SEGURANÇA

É importante que o gabarito ou template traga ainda a marcação de margens de sangriacorte e área de segurança do formato. A margem de sangria é o intervalo até onde os elementos gráficos devem se estender (“sangrar”) para que, após o corte final, fiquem no limite da página. A linha de corte é onde a página será aparada, tirando sobras, e a área de segurança é onde devem estar contidas todas as informações essenciais que não podem ser cortadas (como desenhos ou textos).




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figura 1. Exemplo de gabarito com detalhes de margens e linha de corte

Assim, o primeiro passo é inserir a página no gabarito ou template afim de adequar todas as páginas ao mesmo formato.
Exemplo de medidas para um gabarito ou template:
Formato da área imprimível (de segurança) original: 27 cm x 38 cm
Formato final da área imprimível (de segurança): 19 cm x 26,8 cm
Formato final da publicação: 22 cm x 30 cm
Margem de corte (sangria): 0,5 cm
Margem direita e esquerda: 1,5 cm
Margem superior: 1,8 cm
Margem inferior: 1,3 cm




gabarito
Figura 2. Exemplo de gabarito ou template de projeto com as medidas de formato final.

IMPORTANTE!

É recomendável já inserir os storyboards do projeto no gabarito e fazer, nessa etapa, a colocação de balões e textos. Desta maneira, pode-se verificar não só se há espaço suficiente para textos e balões, mas também aspectos narrativos de conjunto como encadeamento de cenas, virada de página e composição de cada quadro.




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Figura 3. Gabarito ou templete com storyboard inserido na área imprimível. A partir deste modelo deverá ser feita a inserção do balões e textos.

SENTIDO DE LEITURA OCIDENTAL

O sentido de leitura de leitura deve ser sempre respeitado para manter a clareza da ordem dos diálogos, ou seja, de cima para baixo, e da esquerda para a direita.




sentido-de-leitura
Figura 4. Exemplo do trecho de uma página (“Beco do Rosário”, vol. 1, pág. 34) mostrando a distribuição dos balões em função do sentido de leitura: da esquerda para a direita, de cima para baixo.

ESPECIFICAÇÕES DE BALÕES E TEXTO

É interessante fazer uma pequena ficha com as especificações de fonte e formato de balões que serão usados no projeto, como neste exemplo:

Fonte: ArtistsAlley BB Regular
Tamanho da fonte: 12 pt
Espaçamento entre-linhas: 11 pt
Cor da fonte: preto 100%
Formato dos balões: redondos (diálogos) e retangulares (descrições e narrações)
Cor do contorno: preto 100%
Espessura do contorno: 1 pt, Variable Width 2
Cor do preenchimento: Branco




configuracoes-de-baloes
Figura 5. Configurações de preenchimento e espessura dos balões no Adobe Illustrator CS6.
retangulares-e-rendondos-beco-do-rosario-pag-24
Figura 6.. Balões redondos para diálogo e retangulares para locução narrativa. Há problemas de alinhamentos e falta de espaço de “respiro” em alguns balões. “Beco do Rosário”, vol. 1 pág.24

ALINHAMENTO E QUEBRAS DE TEXTO:
DAR FORMA AO TEXTO E AO BALÃO

Para facilitar a acomodação do texto ao balão, deve-se partir de uma diagramação adequada do primeiro. No caso de balões redondos, é importante buscar uma distribuição do texto tornando seu alinhamento centralizado, e quebrando as linhas quando for necessário para que a sua distribuição fique o mais próximo possível de uma forma elíptica proporcional à do balão.


REGULARIDADE DE ESPAÇAMENTO & RESPIRO

Também é importante manter um espaçamento entre-linhas proporcional ao tamanho da fonte e do texto. O espaço de “respiro” entre o texto e a borda do balão é absolutamente necessário para a legibilidade no formato final:




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Figura 9. Em amarelo, o espaço de “respiro” necessário entre os limites do texto e a borda do balão

DISPOSIÇÃO DO TEXTO

Nos balões redondos, deve-se centralizar e distribuir o texto o mais próximo possível da forma do balão que o contém. Nos balões retangulares, pode-se alinhar o texto à direita ou à esquerda, conforme melhorar o aproveitamento do espaço.
Não separar palavras.  Observar o espaço de respiro entre o texto e contorno do balão.




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Figura 10. Balão redondo com texto acompanhando a forma do balão e com parágrafo centralizado. Figura 11. Balão retangular com texto acompanhando suas proporções e disposto em parágrafo justificado.

FORMAS DOS BALÕES


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Figura 7. Diagramação de texto [1] inadequada ao formato do balão: bloco retangular em balão redondo. Figura 8. Diagramação de texto adequada ao formato do balão: boco redondo em balão redondo.

É interessante evitar balões redondos muito alongados horizontal ou verticalmente, e buscar um equilíbrio de proporções mais próximo do retangular 3:4. Já os balões retangulares podem ser mais alongados vertical ou horizontalmente sem perda de espaço útil.

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Figura 12. Balão muito alongado horizontalmente. Figura 13. Balão com proporção equilibrada

Pode-se acoplar balões aos requadros para economizar espaço. Neste caso, pode-se alinhar o texto à esquerda ou à direita conforme o lado do requadro a que está unido.




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Figura 14. Balão acoplado ao requadro direito, com parágrafo centralizado. Figura 15. Balão acoplado ao requadro superior, com parágrafo centralizado.

FORMA DAS PONTEIRAS

As ponteiras dos balões devem ser discretas e apontar claramente para a personagem que está falando, bem como proporcionais aos balões a que estão conectadas.




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Figuras 16 e 17. Exemplos de ponteiras proporcionais e bem inseridas nos balões.

INSERÇÃO DAS PONTEIRAS

A inserção das ponteiras nos balões deve ser feita de modo que o todo fique proporcional, evitando ambiguidades na forma. Para isso, deve-se buscar inserir a ponteira de modo a que fique mais perpendicular ao contorno do balão, deixando a silhueta do conjunto mais legível.




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Figura 18. Exemplo de inserção de ponteira no extremo inferior do balão, deixando a forma confusa. Isso pode ser corrigido inserindo a ponteira numa parte da curva em que o contorno da ponteira e do balão fiquem com uma silhueta clara e bem definida. Figura 19. Exemplo de inserção da ponteira em posição mais distante do que é necessário à clareza de leitura. Da mesma forma, há pouco respiro entre o texto e a borda do balão.

Em suma, é importante procurar manter uma regularidade na proporção e na inserção das ponteiras, criando um padrão para todo o projeto.

 FORMATO DOS ARQUIVOS DE BALÕES E TEXTOS

Os arquivos de textos e balões podem ser feitos em diversos formatos, porém os formatos vetoriais trazem vantagens, como a facilidade de edição e a sua independência de uma resolução específica, podendo ser facilmente adaptados em tamanhos diferentes.
Arquivos-fonte: .ai (Adobe Illustrator)
Arquivos finais: .ai (Adobe Illustrator) ou .psd (Adobe Photoshop; em camadas separadas e resolução de rasterização de 1200dpi)

Bibliografia:

[1] OLIVEIRA, Andradina de. O Perdão. Florianópolis: Editora Mulheres, 2010. P. 142.

PDF GUIA DE EDIÇÃO DE BALÕES E TEXTOS

Fonte: https://becodorosario.com/2016/12/15/guia-de-edicao-de-baloes-e-textos-para-historias-em-quadrinhos/